A Cultura em um Processo de Mudança

“Cultura é o processo pelo qual o homem acumula as experiências que vai sendo capaz de realizar, discerne entre elas, fixa as de efeito favorável e, como resultado da ação exercida, converte em idéias as imagens e lembranças,- a princípio coladas às realidades sensíveis, e depois generalizadas -, desse contato inventivo com o mundo natural” (Vieira Pinto)

"A busca por um mundo melhor é um processo de aprendizado da sociedade, que a gente vai construindo no dia-a-dia. Acreditamos que, só sanar as dificuldades materiais da população de Jandira, não resolve todos os problemas das pessoas. É preciso levar em conta aquilo que é a origem cultural das sociedades .Defendemos a necessidade de formação da sociedade por meio da cultura, da educação, da religião, da família, dos movimentos populares, e outros instrumentos organizativos da sociedade, para conquistarmos um mundo mais solidário e mais justo". (Luiz Inácio Lula da Silva –)
A Cultura é, neste contexto, um processo de auto liberação progressiva do homem, o que o caracteriza como um ser de mutação. Vamos, então, trabalhar buscando, através das diversas formas de ações artísticas, a formação cultural decorrente da adequação do homem ao meio ambiente em que vive. Vamos interferir nesse processo e alterar prováveis desvios, principalmente nos adolescentes e jovens.
Consideramos, ainda, que:
1. A cultura é cumulativa, isto é, serve unicamente para aqueles que já possuem lastro cultural;
2. A inatividade mental produz e mantém o desinteresse, reduzindo a curiosidade a um círculo restrito de dados que satisfaz plenamente seu pobre usuário;
3. A curiosidade ilimitada por tudo o que existe, cresce em função de interesses previamente adquiridos, os quais, se forem mínimos, não exercem atração, nem pedem conhecimentos novos. Desse modo, nos dias de hoje, a difusão cultural é um objetivo mais difícil de ser atingido do que muitos podem supor;
A partir de um interesse comum de ver, pensar e agir arte, cultura e cidadania de forma autônoma, livre, popular e democrática; e em resposta a uma burocracia crônica (que gera dependência e vício) é que se decide partir para fazer justiça cultural com as próprias mãos, pés, cabeça-tronco-membros e, principalmente, nosso pensar. A ação cultural existindo para o combate ao comodismo e o conformismo em todos os segmentos sociais, da família ao partido político, da igreja ao clube carnavalesco.
Cabe ao Poder Público se encarregar dessa difusão cultural principalmente no que tange dotar cidadãos de, no mínimo, rudimentos culturais que possibilitarão ver suas vidas com mais dignidade e cidadania.
As ações e projetos a serem desenvolvidos devem permitir observar que as prioridades e política cultural nortearão todo o trabalho visando diminuir as barreiras que impedem a uma grande parcela da população o acesso aos bens artísticos e culturais. Inclusive à sua própria produção.
É mister mudar o conceito de que a cultura está voltada e “engessada” ao ensino secular, onde só é premiada aquela camada da população que se encontra “em período escolar”. Deve-se considerar a comunidade como um todo. É claro que o estudante, por natureza torna-se uma comunidade privilegiada, porém nunca única.
Estaremos combatendo a “pobreza cultural”. Entendemos que ela está presente em todas as camadas sociais da nossa comunidade, mas é evidente que as pessoas sem recurso material são mais impedidas.
Neste propósito, quatro ações são identificadas e colaboram para que esses objetivos sejam atingidos.
1. Reorganização da estrutura funcional dos entes responsáveis pela cultura na comunidade;
2. A construção ou revitalização de espaços culturais;
3. O estímulo à criação cultural;
4. Difusão e formação cultural de cunho popular e abrangente.
Roberto Ramos
Produtor Cultural
Inubyork